quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Textinho Molhado

Águas de todos os lados.
Na cabeça e nas frequências.
Na pureza da essência.

Água pra levar o sujo.
Pra lavar o limpo.
Pra ninar o sono do Eu menino.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Frequências desmedidas!

Bom é conhecer gente.
Saber que é de gente que se faz gente, assim, tão gente.
Tudo tem um tempo certo, e o tempo de ser gente é desde que nasci.

Faço dos meus dias nublados lindos dias ensolarados. Tenho a certeza de que o sol continua brilhando acima das nuvens. Tudo é perspectiva!

A vida pode ser qualquer coisa que eu queira. Alegria e tristeza estão à minha disposição. Sinto-as quando me vêm. Expulso-as quando me convém!

Preparo é coisa que vem com o passar das horas. Não me cobro estar nesse estado. Apenas vivo cada coisa a seu tempo. E sinceramente nunca gostei de relógios!

Superfícies não me convencem mais. Não me encantaram jamais. Busco mergulhos mais fundos. Desejo profundos. Gente rasa não me molha. É de amor que eu inundo.

Aquilo que aparece e some sem deixar pistas, não me leva à loucura, nem à mais remota curiosidade! Contrariamente, sinto preguiça! Talvez esteja ficando velho, pode ser!

Gosto das frequências. Desejo o frequentar desmedido do amor apaixonado. Do amor maduramente apaixonado e por isso tão assumidamente desmedido.

Amor corajoso. Cotidianamente aventureiro. Amor sagitariano. Amor humanamente animal. Amor de cachoeira, de rios e águas claras. Amor manso e cheio de intensidade. Amor com nuances musicais e poesias improvisadas. Amor de brilho ímpar. Amor inundado de frequências desmedidas!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Devaneios insônes

E lá vou para mais uma aventura do viver.
A viagem de volta é sempre saudosa.
Inda mais quando se tem tanta coisa para não esquecer.
O sorvete mais saboroso. Os sorrisos mais divertidos. Os trabalhos mais felizes. Os jantares mais saborosos. Os olhares mais apaixonantes. Os momentos mais inusitados.
A vontade que tenho é de ficar.
Ficar aqui, mas ainda é cedo.
É quase tempo, porém cedo.
Um pouco apenas, cedo!
Levo na bagagem maior que a da vinda, algumas peças de roupa a mais, algumas amizades, alguns passos de dança, algumas ruas, casas e amores a mais.
Deixo aqui algumas coisas antigas. Coisas que me acompanharam sem que eu quisesse e que agora ficam por minha própria vontade.
Deixo-as aqui para que se percam no caos dessa cidade imensa e pouco pessoal. Ficam então aqui, assim, perdidas e distantes de mim.
Algumas sensações ainda teimam em acompanhar-me. Que venham. Mas que saibam que aquela que me encher o saco eu mando embora. Que saibam se comportar e que façam eu me sentir muito bem, senão eu as despacho!
Que horas são? 5h30 da manhã. Pontualmente. As horas passam com rapidez de trem. Trens muito rápidos.
Eu ainda nem dormi. Meus olhos pesam como pedras. O que era pra ser somente uma peça, se tornou em 2 jantares e uma festa lotada de todo tipo de gente.
Adoro gente. Essas criaturas que se vestem, perfumam e saem na rua a espreita de um possível parceiro ou parceira para aquela noite fingidamente feliz. Pessoas tão diferentes entre si, mas com o mesmo objetivo: transar!
Queria mesmo era dormir. Agora! Desistir dessa viagem agora cedo e dormir o dia inteiro. Acordar e com calma viajar. Mas coloquei na minha cabeça que tenho que ir a essa festa. Não sei porque.
Tudo bem, estou com saudade das pessoas. Mas acho que isso não vale a minha noite de sono. Talvez eu devesse repensar.
Acho que o que me faz querer ir hoje, assim, sem falta, é a possibilidade de levar quem eu quero à festa. Quer dizer, ela me convidou pra ir a uma festa e eu quero levá-la a outra. No fundo acho que ela pode se interessar. E se isso acontecer será a glória!
Minha relação com ela ainda nem existe. Mas o interesse é real.
Estou dormindo sentado. Meus olhos fecham. Meu pescoço pende pra frente. Minha cabeça recosta na mesa. Durmo 30 segundos. Acordo. Preciso aguentar chegar ao menos à rodoviária. Espero dormir na viagem!
Estou desistindo. Acho que vou ficar e dormir. Foda-se!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A essência das coisas...

Ataca-me a sensação de querer-te longe, de saber-te o inverso do que outrora te mostraste.
Não inquieta-me ver-te voar em direção oposta à terra que por vezes foi minha, com ares de que és superior, tendo eu, a certeza de que não és.
Pergunto-me: Como pode um ser tão vazio ser tão cheio de si? Como pode alguém tão desprovido tentar se passar por provedor?
Talvez a escassez do outro nos torne escravos do nosso egoísmo voraz, esse rude senhor de senzala, impiedoso capitão do mato.

Acalma-me a certeza de saber-me tal como sou e de me ser tão puramente essencial.
Se em cada gota de essência me completo em mim, em forma de energia, de sol, de mar, de luz, de mais a mais, tudo mais bonito e iluminado com as cores que eu mesmo me pinto na tela da vida que eu persisto em colorir a finos traços e riscos nem sempre bem traçados, porém sempre feitos a punho próprio, forte e sensível, como ondas que ao apagar as pegadas na areia deixam também um lindo rastro de espuma em seu lugar!

E se as folhas caem das árvores é porque é tempo de outono. E os ventos sopram com essa tal finalidade de ajudá-las na difícil tarefa de desapegar-se do galho ao qual estão presas e se atirar no espaço entre elas e o resto do mundo, deixando-se à mercê dos inconstantes caminhos que ele, o vento, traça em seu balé.

E se a vida vem da natureza, então que seja assim, natural, como tem que ser, cheia de ternura animal e sincera beleza!

Saudade não presta!

Saudade é vontade de ter o que já não se tem.
Saudade é o não contentar-se com o fim.
Saudade é o não desapego do que já se foi.
Saudade é o desejo de eternizar sensações e pessoas.
Saudade é não querer o 'não querer'.
Saudade as vezes é lembrar o que se deve esquecer.
Saudade as vezes é querer o que não se deve querer.
Saudade é não saber dizer adeus.
Saudade é o contrário do adeus.
Saudade é ter só a você mesmo!
Saudade quase sempre é solidão!
Saudade é a falta, simplesmente!
Saudade é coisa que não mente!
Saudade não presta!
Saudade é um tiro na testa!
Saudade é uma merda!
Saudade é o que me resta!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Canções

De repente você se vê tendo vontades estranhas, coisas que você nem imagina que pudesse querer fazer um dia, e no outro elas simplesmente não te deixam dormir. Aí você sente uma espécie de sensações igualmente estranhas, talvez porque nunca as tenha sentido antes, talvez porque elas simplesmente sejam estranhas, ou talvez porque você mesmo seja estranho!

Ultimamente ando querendo casar. E até me rio disso. Mas o fato é que ando querendo sossegar o facho!

Antigamente, muito antigamente mesmo, quando eu era quase criança, queria muito casar, ter filhos e todas essas coisas que geralmente só as meninas pensam. Mas foram tantos os caminhos que atravessaram o meu próprio caminho e que aos poucos foram se tornando meus caminhos também, que de repente tudo modou.

E agora, não menos que de repente, novamente, me vejo querendo casar. Isso não faz de mim nenhum paquerador em potencial, pelo contrário, eu me sinto mais seguro e menos afobado. Percebo que as coisas que não foram é porque simplesmente não eram pra ser. E isso não retira a parcela de responsabilidade de ninguém, não uso esse pensamento como forma de contentamento e deixar as coisas como estão. Não. Se coisas deram errado é porque algumas pessoas não acertaram. E não acertaram por diversos motivos. Desde serem imaturas e despreparadas, como serem sacanas e vis.

Claro que eu também errei muito nesses trajetos passados. Aliás trajetos que teriam tudo para sem péssimos, mas que foram muito bem passados! Eu só gosto bem passado!

Errei quando me dei sem medida. Errei quando ingenuamente acreditei em palavras escritas em poesias quase infantis. Errei quando pensei serem verdade tantos carinhos e saudades. Mas acertei ao ser essencialmente eu! E ser eu, implica em seu ingênuo, em acreditar nas pessoas, em ser verdadeiro comigo (em primeiro lugar) e com os outros. Ser eu significa não trair meus sentimentos, não jogar, não achar que os outros estão à minha disposição, tratar a todos com respeito e principalmente ter consideração pelos outros.

Ser essência minha é abraçar cada sentimento e dançar cada música tocada ou cantada ao pé do ouvido.

Aprendi que somente pessoas sensíveis têm preparo para ouvir canções ao pé do ouvido. Mesmo assim continuo compondo. Canções que cantei ao pé do ouvido e que agora serão ouvidas apenas no rádio. Essas que passaram e que agora são apenas produto do rádio, vão servir pra inspirar outros casais, iludí-los um pouco e quem sabe fazê-los amar de verdade! Esse é o meu desejo!

E que venham mais inspirações e canções e que sejam lindas muito mais que as outras. Que venham canções que sejam só nossas e que os nossos ouvidos sejam seus únicos ouvintes e que nossos corações sejam os únicos que saibam sua letra, e que somente nossos corpos dancem sua melodia!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

...

O mal das pessoas
É querer conjugar
O verbo 'jogar'
Em todas as pessoas!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Estranha Criança Sentimental

Tão sentimental pequena garota
Crescida na vida inventada
Vivida pelos estranhos sentimentos
Em sua honesta cabeça raspada

Repleta de si e de todos
Se esvai de todo conceito
Se enche com luzes de paz
Que emanam de dentro do peito

Pobre sentimental
Criança brincando
Pés ligeiros correndo
Felizes saltando

Pisando espinhos e flores
Machuca-se e nem sente
Amores são só amores
Seu coração nunca mente.

Sejamos!

Hoje eu simplesmente estou tentando não ser.
Estou tentando não ser tudo aquilo que sinto.
Tentando não ser tudo aquilo que dou.

Chorei inquietas lágrimas vermelhas e
Derramei letras sobre a folha do caderno virgem
Como quem derrama vinho tinto
Sobre o tapete outrora branco.

Manchei o papel de vermelho
Sujei o chão que parecia limpo
Como criança que suja a roupa
Brincando inocente no quintal de casa.

Sem medo do que pode acontecer
Subo em árvores muito mais altas
Do que a minha média estatura
Geralmente me permitiria alcançar.

Desafio a gravidade
Me atiro do alto
E por mais grave que seja
O efeito da queda

Não tenho medo de me arranhar
Não sei se por coragem
Ou por falta de consciência
Desconheço o poder do medo.

O medo que poderia salvar
O coração de se entregar
O olhar de desejar
A saudade de rasgar.

O sentimento como carta
Que mesmo sendo enviada
Com todo carinho e cuidado
Talvez jamais seja recebida.

E quando eu penso que tudo acabou
Você vem e me diz coisas lindas com beijos
Numa escada de incêndio que pega fogo
Simplesmente por estarmos ali

Provando olhares
Desvendando sentidos
Sentindo vontades
Beijando verdades

Eu sou tudo aquilo que dou.
Dou tudo aquilo que sou.
Só quero ser eu, ser teu.
A gente só dá aquilo que é nosso.

Tudo está em nós.
Todo o amor que dou.
É meu.

Tudo está em mim.
Todo o amor que dou.
Eu sou!

Sejamos!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu


Não sou do tipo que faz charme.
Por isso não quero que se arme!

Não sou de fazer joguinho.
Prefiro fazer carinho!

Sou sempre muito verdadeiro.
A começar comigo mesmo.

A minha verdade começa por mim.
Não consigo mentir ou fingir.

Sempre fiz com você tudo o que tinha vontade.
E isso não é privilégio teu, é a minha verdade.

Quando quero te ligar, te ligo.
Quando quero te mandar mensagem, te mando.
Quando estou com saudade, te digo.
Quando quero te ver, não escondo.

Você me disse pra continuar sendo
Eu!
Que o que te 'inspira e encanta'
É o fato de eu ser Eu!

Eu sou Eu!
E Eu quero ser pra você...

Como um mergulho no mar num dia de sol escaldante.
Uma aventura inusitada num dia tedioso.
Um colo carinhoso quando o mundo só te cobra.
Um dengo gostoso em meio às lutas diárias.
Uma canção que não saia dos teus ouvidos!
Uma onda que molha os teus pés na areia quente.
Um pensamento gostoso que invade a tua cabeça no meio do expediente.
Uma poesia no meio da tarde que te roube um sorriso inocente!

Eu sou Eu pra mim.
E quero ser Eu pra você também! 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Paladar

Se eu tenho paladar é simplesmente pra sentir os sabores.
Saber o que é bom e o que é ruim, mas somente após experimentar!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhos nus

Palavras podem dizer muito.
Atitudes podem revelar bastante.
Mas somente pelos olhos se desnuda uma alma!

Princípio da Irresistibilidade

‎A inteligência é afrodisíaca.

O conhecimento é excitante.

A sabedoria é instigante.

Mas a humildade é irresístivel!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Poesia e Eu

A poesia me acalma...
Me alisa os cabelos...
Me deita em seu colo...
E me afaga a alma...

No escuro

Se eu faço uma canção
Assim no escuro
Não ache que eu estou
Em cima do muro

Se subo mais alto
É só pra enxergar
O que a tua sombra
Escondia do meu olhar

Se por acaso eu cair
Não tente me criticar
Pois antes que você perceba
Eu vou me levantar!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Menino Estrelar

Se é pra ser leve, que se deixe levar.
E se eu for levado que se leve comigo
À qualquer paisagem bucólica perdida
À qualquer convite de viagem perfeita.

E se eu sou levado
Me deixa brincar
De ser quem eu sou.

Me deixa então
Não ser quem 
Eu realmente não sou.

Me deixa dizer
As coisas que penso
Sobre o amor e teus olhos.

Me bota no colo e me faz cafuné.
Alisa minha barba de criança grande.
Afaga minha alma de menino artista.
Brinca no meu corpo que é feito de doce.

Assiste teu filme nos meus olhos.
Canta tua música na minha língua.
Pinta teus quadros na minha barriga.
Encena tua peça no meu cangote.

Lambe os meus textos suados.
Arranha minhas palavras molhadas.
Respira nos meus acordes rijos.
Amassa a minha poesia crescida.

Cospe na minha lucidez.
Bate na minha moral.
Agarra nas minhas certezas.
Que eu gozo no teu paladar.

Somos poesia e teatro.
Música, pintura e cinema.
Acordes infinitamente lúdicos. 
Filme preto e branco cheio de cores.

Prosas melodicamente sussurradas
Nesse quarto de menino estrelar
Num carro onde se roubam beijos
Ou num elevador pouco vigiado!

Sente o frio na espinha, black
Sente o arrepio no pescoço, blue
Pois somos as cores que pintam
O mundo de negro e azul.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Sombra


Eu hoje começo esse texto sem a menor pretensão. Sem pretensão alguma de que ele fale com alguém a não ser eu mesmo. Escrevo-o com a intenção única de falar comigo mesmo, coisas que só eu posso me dizer e que só eu poderei escutar!

De quando em quando busco em meus horizontes, pensamentos que possam me esclarecer. Nem sempre encontro coisas boas dentro da minha cabeça. Algumas vezes pensamentos dividem o mesmo espaço que ratos poderiam ocupar dentro da minha mente. Sinto-me como um bueiro sujo num chão coberto de guimba de cigarro, vômito e mijo amarelo escuro, num beco sombrio qualquer, por onde transitam putas violentadas, baratas e bêbados sem nenhuma dignidade.

E é aí, onde a boa reputação é artigo em extinção, onde a moral não tem peso de moeda corrente e onde os bons costumes desceram pelo ralo, que eu me encontro. É nesse ambiente pouco iluminado que muitas vezes me esclareço!

E se eu vejo dentro da escuridão do mundo, preciso também enxergar dentro da minha própria escuridão. Clarear por dentro e por fora tudo o que já for claro e deixar escondido aquilo que ainda é oculto, parece ser a melhor opção pra quem é covarde e medrosamente comedido.

Eu trago a luz. Ilumino a quem quiser continuar na escuridão. Trago para perto de mim aqueles a quem eu desejo. Trago-os. Trago e depois solto. Solto como fumaça que sai por onde quiser. É assim que eu sou, solto!

Quando você recebe luz, sombra produz. E se você é capaz de fazer sombra é porque você também é formado dessa sombra!

Assombra não, minha sombra!
A sombra não me assombra!

Ninguém é tão luz que não possa um dia ser sombra!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Mar e a Noite!

A música entrou pelas portas dos ouvidos atentos, percorreu os corredores da mente inquieta e explodiu por todos os poros respiráveis, por onde passaram ares dançantes!
Corri por entre os acordes de dentro de mim e num quarto trancado por dentro e por fora encontrei você.
Você fugia tentando não ouvir minha voz. Pensando ser essa a rota perfeita. Mas o som ecoou, achou uma fresta e entrou com o pouco ar que te restava para respirar.
Então a porta abriu-se, primeiro por fora, depois por dentro.
Você olhou nos olhos da minha boca. Beijou a voz que saia do meu peito. Molhou a língua nos meus cabelos. Respirou a minha barba. E dançou dentro dos meus olhos negros. 
Depois caiu no oceano de si e perdeu-se por alguns instantes. 
Te pensei sozinho e saudoso. Chamei-te de volta pra fora e saíste do teu mundo azul.
Agora não somos mais nós. Não apenas. Agora há mais do que só dois. Agora somos muitos. Somos o mar e a noite. Somos um de você e muitos de mim!
Amanhã vou comprar uma bicicleta!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Espera...

Sentado num sofá de café de livraria, eu espero.
Espero como quem tenta não esperar.
Eu não sei fingir, mas tento fracassadas vezes não mirar a escada para ver se você está chegando.
Finjo beber meu suco de laranja quase sem açúcar e me pego olhando por entre as cabeças das pessoas sentadas entre a minha mesa e a escada.
Olho por entre os vidros e livros na bancada.
E finalmente vejo você chegando.
Você sobe as escadas me procurando e sorri ao perceber que estou te olhando.
Sim, você chegou sorrindo e eu te vi desde a escada!
As vezes é bom fracassar!

sábado, 28 de agosto de 2010

Meu pagamento!


Há tempos que trabalho para a Poesia
Escravo dos seus caprichos, trabalho de noite e de dia
Com chuva ou com sol, com frio ou calor
Ela sempre me fez sentir alguma dor.

Agora é a hora de eu recolher
O meu pagamento, fiz por merecer
E espero que quando eu for receber
Receba direito e ganhe você!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Azul

Vem aqui
Me deixa ir
Perto de você
Dentro de você

Deixa estar
Vem ficar
Me levar
No teu olhar

Azul piscina
Que somente combina
Com o negro brilhante
Da minha retina

Eu não quero mais nuvens, lá fora...
Quero o céu azul...
Quero o seu azul...

Mergulhar no azul...
Teu imenso azul...
Agora!!!

domingo, 4 de julho de 2010

Vai embora!

Até quando deve-se levar em conta tanto apreço que se tem por alguém?

Fico pensando que se é o amor que nos une, porque tantas vezes nos separamos.

Talvez porque não houvesse amor. Talvez.

Talvez porque o amor as vezes se deixe confundir facilmente com qualquer sentimento efêmero que nos faça sorrir por um punhado de momentos que se repetem por alguns dias.

O fato é que o amor, ou seja lá qual sentimento disfarçado dele, sempre nos prega suas peças. E nós, sempre, caímos.

Mas e quando a questão é familia? E quando o assunto é relação familiar? O amor sempre fala mais alto, óbvio. Mas até quando o amor deve ser panos quentes para situações que já não se podem suportar?

Nós temos a feia mania de ficar sofrendo e colocando a culpa no amor. E sim, eu sei que o amor também é sofredor. Mas acima de tudo, é alegria. O amor quer ver o outro feliz, sempre. E por isso há de se ter tanta renúncia e tanta oferta! E por isso há de se ter tanta compreensão e acordo! Por isso há a ponderação e a empatia! E por isso existem família e amigos!

Porém há momentos em que o amor é sufocado, por tanto egoísmo e umbigo. E é tanto ego tapando os olhos, que já não se pode enxergar o amor no caminho que atrás ficou. 

O amor precisa de novos ares para florescer novamente. E há de se confiar no amor, porque ele sempre renasce. Seja na grama mais verde ou no deserto mais árido; seja na imensidão ou num lugarejo; ele renasce! Seja em forma de bicho ou de criança, de mulher ou de homem; seja num beijo ou num sorriso, num olhar ou numa flor; ele renasce!

E há ainda situações em que o amor pode te dizer: "Vai embora! Para que eu permaneça!" E quando isso acontecer, simplesmente obedeça!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Nu... e sem as mãos no bolso!

Amo as surpresas. As boas, claro! Não vou ser hipócrita de dizer que amo as surpresas ruins. Não mesmo. E que me perdoem os que sempre querem ser polêmicos e vão ler isso e pensar: 'Ah! Eu adoro as surpresas ruins, pois elas me desconstroem', e todo aquele blá blá blá. Mentira!

As surpresas ruins são úteis sim, nos desconstroem sim, e no final, até servem muito, pois nos ensinam - na base da porrada - a ser quem nós nem sabíamos que éramos. E viva! Assim vamos aprendendo!

Mas hoje eu quero falar sobre boas surpresas, essas que nos arrebatam, nos enchem de sentimentos puros e nos faz querer descobrir mais de nós mesmos e dos próximos que nem sempre são tão próximos!

É tanto mais que bom descobrir que pessoas que você não tinha tanto contato podem ser pessoas no mínimo interessantes. Talvez nem tanto no quesito 'amizade' - porque depois de tomar umas porradas você aprende, quase que instintivamente, a se preservar um pouco mais - mas sim no quesito pessoa de cada um!

Ver as pessoas se desnudarem é qualquer coisa de maravilhoso. E não, eu não falo de tirar a roupa e fiar pelado. Também isso é maravilhoso e altamente excitante, mas não é disso que estou falando, ainda!

Falo, e sem rodeios ou culpas, que ver alguém desnudo é como ver a si próprio. Porque o espelho de cada um está dentro dos olhos do outro! O reflexo dos olhos do outro passa antes pelos olhos do um. E assim, o que antes era meu, agora também é seu, e por conseguinte, se torna unicamente nosso.

O que você mostra é o que viu em mim e no outro. É tudo aquilo que você possui e que de fato, possuímos todos, em menor ou maior grau, e talvez sem medidas. O bom mesmo é não medir nada.

Ao te ver nu, eu percebo que o que vi em você não foi nada além do que eu já tenho em mim, mas que talvez, por motivo tolo ou banal, eu ainda esconda de mim!

Quero eu também tirar a roupa. A minha e a do mundo!

Nu de mim mesmo, enxergo o outro. Toco o próximo e sinto prazer nisso. Me deixo tocar pela nudez proposta - ou algumas vezes imposta - e sinto-me tão completamente a vontade com o que vejo, tão bem com o que mostro, que quero ver e mostrar ainda mais.

As vezes me sinto de terno e gravata sob o sol de 45°. Quero tirar a camisa, a calça, os sapatos e as meias. E a cueca, por que não?

E se eu preciso enxergar o outro para me ver de fato, então que todos possam deixar seus olhos bem abertos e suas roupas bem distantes, porque eu estou pronto a invadí-los com a voracidade de quem tem olhos famintos, com a doçura de quem ama com o olhar e com a naturalidade de quem adora ficar nu!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Impregnado

Impregnado.
É assim que estou!
De tanto amor, de tanta loucura, de tanta verdade, de tanta doçura!
Impregnado.
Lotado de tudo que de todos recebi e de todos que se deram à mim.
Saciado de beijos, carinhos, olhares e palavras que simplesmente conquistei. Não por esforço, ou por nenhum tipo de tentativa; não por mérito, ou merecimento, mas simplesmente por amor!
Extasiado de sentimentos que dançam livres pela sala escura e se reconhecem embaixo da pouca luz.
Lambuzado de tantas paixões e vidas reais, que não se explicam, posto que são!
Impregnado de todos que se impregnaram de mim e que em mim se impregnaram a si.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Desconhecimentos!

Hoje eu li o meu mapa astral.
Ler essas coisas me faz pensar em coisas que nem sempre quero encarar.
Estou sentado aqui em algum lugar entre o que fui e o que não sei se quero ser. E de fato, não consigo me levantar. Simplesmente não consigo sair desse lugar aterrorizantemente cômodo. E nem é cômodo por ser seguro, pois ele não é nem um pouco seguro. E por isso é demasiado assustador que seja tão cômodo sendo o mesmo tão instável e frágil.
Quando me levanto sou como bêbado trôpego esboçando passos e caindo pelas calçadas sujas, enlamaçadas e semelhantemente bêbadas!
As vezes me olho em mim e não me enxergo. Me vejo de relance, como um vulto que passa correndo por dentro de mim e some rapidamente. Ou desaparece de vez ou se esconde por algum motivo que eu desconheço, mesmo buscando conhecer-me tanto.
Sou esquisito. Pareço normal e engavetadamente organizado aos olhos alheios. À parte isso, tenho em mim todas as esquisitices do mundo!
A estranheza se destaca de longe. E de perto, quem de fato me lê, hoje percebe as diferenças incoerentes da minha escrita quase sempre tão poética e compreensível.
E é tão engraçado e perturbador se colocar do lado de lá da ponte, num ponto onde você nunca foi, na ponta mais alta de um lugar qualquer entre a crise e o desespero de não saber-se. Parece que saber sobre tantas coisas é na verdade não saber absolutamente nada.
Minha cabeça está cheia com um turbilhão de pensamentos desordenados que eu malmente consigo vomitar no papel, esse com linhas mal traçadas, como as linhas da minha mão maltratada, calejada e inexata. O ditado diz que 'cada cabeça é um mundo', e eu penso que se o que tem aqui dentro for o mundo, eu sou feliz por só ter uma cabeça.
Meu coração bate numa velocidade sofrida. Sente bater-se até machucar. Sangra mais do que o normal. Bombeia explodindo em dores!
Tenho vontade de rasgar as páginas que escrevi usando o computador e me sinto inútil por não poder amassá-las entre meus dedos ásperos.
Não sei como ordenar nada, nem a mim mesmo. São tantos desejos desnutridos que a alma deixou de alimentar!
Conheço tanta gente. Tanta gente diferente. De mim e em mim. Mas de que adianta conhecer tanta gente e não conhecer a si próprio? E tem tanta gente aqui, que eu ainda não conheço, em mim. E talvez, conhecer toda essa gente seja o caminho para conhecer-me, a mim!!!
Eu devo estar ficando louco mesmo. Sim, eu só posso estar ficando doido pra querer me conhecer assim. Me esquece. Me deixa. Me larga! Mas eu me amo! Eu me amo tanto e por que eu faço isso comigo? Me diz. Me explica. Me dá uma razão, uma explicação qualquer. Nem que seja a explicação mais coerente e racional do universo, mas por favor, me explica! Tudo bem, me explica como se eu tivesse 6 anos de idade, mas me diz alguma coisa. Qualquer coisa que me desentenda, alguma coisa que me desarrume. Por favor, me descobre. Me aprende em toda minha esquisitice. Me aprende pra eu poder me ensinar.
E se eu de fato me ensinar? O que aprenderei?
E se eu de fato me conhecer? O que sobrará?
E se eu de fato me conhecesse? Quem eu conheceria?
Logo eu que nunca soube o que fui, vou saber o que sou?
E que propriedade teria eu para me ensinar sobre mim mesmo? Se a matéria da qual menos entendo sou eu.
E se eu não me sou, não me entendo, não me ensino e não me aprendo, por que ainda insisto em me escrever?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Amor Natural

Estrada linda essa nossa.
Cheia de encanto e de bossa.
E ainda estão por vir tantas
Coisas divinas e maravilhosas.

Fica atenta às paisagens que nos chegam
Às belezas que estão no nosso caminho
Terás tão belas surpresas,
Da tua e da minha natureza

Tanta chuva refrescando nossa alma
Tanto sol aquecendo o nosso ninho
Entardece e anoitece em nossa rama
Manhãs de amor ao canto de passarinhos

Crescem frutos escondidos nos teus seios
De todos os tipos, de todas as cores
Doces como frutas comidas da árvore
Cheios de paixão e diferentes sabores

Desabrocham de mim em você
Flores que nascem em nosso meio
E como o pólen que de nós voa
No ar se espalha o nosso cheiro!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quando a poesia chama

Quando a poesia chama
Não tem dia nem hora

É como amante que arde na cama
Te acorda no meio da noite e diz:

- Agora! Eu quero agora!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Lunático

Dentro de mim canta um lunático.
Ele grita enquanto eu escrevo silêncios.
Ele está nu, está solto, e dança.
Músicas que brotam das nascentes do seu subconsciente.
Sacode os cabelos enquanto dorme.
Alisa a barba e sonha cenas de cinema.

Eu o vejo pulando de dentro daqui.
Eu o vejo correndo e voltando pr'aqui.
Ele gira em torno de tudo e nunca se prende a nada.
Abre as janelas de dentro e enxerga ainda mais profundo,
E ao redor ele vê tudo aquilo em que não se encaixa
E que as pessoas comuns costumam chamar de mundo!

Odores

Eu falo das cores
Eu vivo de amores
De todos que vêm
De todos que vão

Eu vivo tão cheio
Eu vivo tão só
De nenhum vazio
E tanta solidão

Comparo as cores
Com os meus amores
Não falo das flores
Mas dos seus odores

Cada cor que pintou
Cada amor que vingou
Cada cor que apagou
Cada amor que acabou

Toda cor um amor
Todo amor uma dor
Toda dor, como cor
Me colore de amor!

Eu quero!

Coisa mais desejada
Lisinha, magrinha
Melhor molhadinha
E sempre perfumada!

sábado, 10 de abril de 2010

Saber Ser

Falo tanto de amor.
Falo tanto e nada sei.
Falo tanto e nada amo.
Falo tanto e nunca calo.


Só falo. Só. E sempre só.
Falante, só e errante.
Errando ao vivo
Para quem quiser ver.


Escrevendo o que falo
E de fato não vivo.
Amo de um jeito
Que ainda estou descobrindo.


Amo de quase todas
As formas possíveis.
Mas ainda me falta
Aprender a ser.


Saber amar é fácil.
Difícil, é saber ser amado!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Afetos

A chuva derrama sobre a minha cabeça uma enxurrada de coisas sem nenhum sentido e eu simplesmente não consigo enxugar os cabelos.

Penso ser feito de algum material completamente solúvel e me protejo do que vem contra mim, seja em forma de vento, de tempestade ou de brisa.

Me tranco em mim, como água que quer virar gelo se tranca no freezer, e só saio depois de passado certo período de tempo, necessário ao meu completo endurecimento.

Saio do casulo e me derreto no caminho dos calores alheios, dos olhares que me desejam e das bocas que querem me beijar.

Na taça de vinho me enxergo nítido, vermelho e denso, como o próprio líquido que escorre pelos meus dentes e que a minha língua saboreia tão prazerosamente!

Olho pela janela e vejo um mar de água vinda do céu invadir o oceano, deixando na areia as marcas de suas pegadas.

Tenho pensamentos incontroláveis que invadem a minha mente com a força de ondas ressaquiadas e marcam a minha vida como tatuagens feitas em brasa.

E são tantas as incertezas que no momento essas são as únicas certezas que realmente possuo.

Me alago num poço de dúvidas antigas e dívidas novas e me divido entre o que mostro de fato e o que sou de feto.

E em tudo que sinto não há errado ou certo, apenas acessos, excessos, sucessos e insucessos de todos os meus afetos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Fim.

Eu sei que não me apaixonei.

Sei também que não é minha culpa
A gente não ter se acertado
De uma vez.

Eu juro que quis tentar
E de tanto querer, tentei.

Tentei por uma semana,
Por duas semanas
Por mais de um mês.

Previ no início, o fim.

Quando vi que era preciso tentar
Também percebi que não ia adiantar
E no fundo eu já sabia como ia acabar.

Acabou!

Volto à primeira linha
Leio tudo novamente
E mais uma vez 
No início, já conheço o fim.

Vai acabar.

Fim.

terça-feira, 23 de março de 2010

As Pontes do Rio da Vida!

Ninguém constrói uma ponte pra fazer dela sua casa, mesmo que algumas pessoas morem embaixo de algumas.

As pontes são travessias e só ficamos nelas o tempo necessário para chegar ao nosso destino, seja ele qual for.

Alguns demoram mais em seus trajetos, outros demoram menos, outros tantos passam correndo e uns outros simplesmente desistem de andar.

Esses últimos se acomodam a tal ponto de ficarem na ponte por muito tempo e inventam sempre desculpas para continuarem ali, no lugar onde pararam e chegam a atrapalhar o tráfego. 

Outros correm tanto que não conseguem perceber o caminho que trilham, nem as paisagens ao redor, e muito menos conseguem sentir o vento soprar suas faces, nem o cheiro do mato, nem da chuva, nem de nada. Alguns deles de tanto correr, tentando se desviar de algum obstáculo, acabam caindo ponte a baixo.

Outros ainda de tanta ansiedade não conseguem esperar sua vez, se desesperam e no meio do caminho, saltam da ponte.

Mas aquele que confia em si e tem humildade suficiente para entender que é preciso passar por aquela ponte, com paciência, perseverança e fé, aguardando o seu tempo sem se acomodar e sem desesperar, esse consegue ver as belezas das paisagens ao redor, sentir os cheiros do caminho que está seguindo e aprender sobre tudo o que lhe está sendo ensinado.

Esse mesmo tipo de gente, já aprendeu também, que sozinho ele não estaria onde já chegou e que sozinho também ele jamais chegará ao seu destino final, e por isso é grato a todos que ele conheceu durante a travessia.

E é bom que jamais se esqueçam que sempre haverá uma ponte!
E é bom que jamais se esqueçam que sempre haverá uma mão!

Haverá sempre uma ponte que poderemos construir.
Haverá sempre uma ponte que poderemos derrubar.

Haverá sempre uma mão que poderá nos acudir.
Haverá sempre uma mão que tentará nos afogar.

Haverá sempre uma ponte que teremos que construir.
Haverá sempre uma ponte que teremos que derrubar.

Haverá sempre uma mão que poderemos acudir.
Haverá sempre uma mão que preferirá se afogar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tudo mudou, meu bem!
Será que você percebeu
Ou ainda nem enxergou
Que tudo mudou meu bem?

Tudo na trilha do trem
Cinza como a tinta
Que de escuro pinta
O sangue de mais alguém

Já maculou meu bem
Já calculou-me sem
E deixou claro que tem
Interesse em outro alguém

E tudo mudou, meu bem
Nessa altura da vida
'Até logo' foi partida
E em tudo mudou o meu bem!

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Cada fase faz nascer uma frase! Algumas delas, quando mais intensas, nos fazem parir um livro inteiro!"

Rotação e Translação

Sabe uma coisa que nos esquecemos? Que os movimentos de rotação e translação do planeta certamente vão nos alcançar, um mais cedo, outro mais tarde, não importa quanto tempo leve, se 1 dia ou se 1 ano, não importa quando, será no tempo certo! O mundo gira!

(depois escrevo mais sobre isso... por enquanto, deixa o mundo girar!!!)

terça-feira, 16 de março de 2010

O dia de hoje...

Hoje tinha tudo pra ser um lindo dia de sol... 
Mas aí vieram os ventos do norte trazendo palavras frias... 
O céu anuviou com nuvens densas de pensamentos tristes... 
E então a chuva caiu forte e repentina sem nada lavar...

Levou um punhado de esperança, dois punhados de outras coisas...
Carregou algumas sementes que eu queria plantar...
Alagou a terra fértil que eu já tinha adubado...
E sem mais foi-se embora, de uma vez sem nada deixar!!!

sábado, 6 de março de 2010

Sagaz

Não vou tentar traduzir em palavras
A linguagem que só nossos olhos podem entender.

Não vou nem mesmo tentar escrever
O que as minhas mãos só conseguem dizer ao tocar você!

Se em cada gesto de paz
Se em todo toque sagaz
Há certas esperas no cais
Há certos suspiros a mais!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Saudade de chuva

Essa neblina com gosto de novo.
A novidade já velha conhecida.
A chuva que desce molhando a saudade
É água fresquinha caindo da bica!

Na beira do mar, chuvoso eu navego
Com pronfunda vontade de me afogar
Se despretencioso escorrego
Nas algas geladas do fundo do mar.

Barulho de rio brincando no mato
Sabor de terra molhada no orvalho
Da fruta mais doce arrancada do pé
A semente do amor é plantada com fé.

Teu azul desnudo somente combina
Com o negro ousado da minha retina.
Janela aberta pra dentro da alma
Rasgada a farsa da nossa cortina.

A chuva encharca a minha saudade
Com gotas douradas de tesão e paz
E inunda a minha mente aberta e sêca
Com bravas memórias torrenciais.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sabe bem o cheiro que tem!

O cheiro da prosa, nova,
Sabe bem o cheiro que tem!

O olho que encara a alma
Como criança curiosa
Que deixa a mãe nervosa
Enquanto não se acalma.

Claramente dubio
Neblina que vem do mar
Clara na sua brancura
Obscura no seu clarear.

Tons de líquidos coloridos
Em acordes dançantes
Chamas espontâneas
E texturas apaixonantes!

E o cheiro da prosa nova?
Ah! Sabe bem o cheiro que tem!