quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A essência das coisas...

Ataca-me a sensação de querer-te longe, de saber-te o inverso do que outrora te mostraste.
Não inquieta-me ver-te voar em direção oposta à terra que por vezes foi minha, com ares de que és superior, tendo eu, a certeza de que não és.
Pergunto-me: Como pode um ser tão vazio ser tão cheio de si? Como pode alguém tão desprovido tentar se passar por provedor?
Talvez a escassez do outro nos torne escravos do nosso egoísmo voraz, esse rude senhor de senzala, impiedoso capitão do mato.

Acalma-me a certeza de saber-me tal como sou e de me ser tão puramente essencial.
Se em cada gota de essência me completo em mim, em forma de energia, de sol, de mar, de luz, de mais a mais, tudo mais bonito e iluminado com as cores que eu mesmo me pinto na tela da vida que eu persisto em colorir a finos traços e riscos nem sempre bem traçados, porém sempre feitos a punho próprio, forte e sensível, como ondas que ao apagar as pegadas na areia deixam também um lindo rastro de espuma em seu lugar!

E se as folhas caem das árvores é porque é tempo de outono. E os ventos sopram com essa tal finalidade de ajudá-las na difícil tarefa de desapegar-se do galho ao qual estão presas e se atirar no espaço entre elas e o resto do mundo, deixando-se à mercê dos inconstantes caminhos que ele, o vento, traça em seu balé.

E se a vida vem da natureza, então que seja assim, natural, como tem que ser, cheia de ternura animal e sincera beleza!

Saudade não presta!

Saudade é vontade de ter o que já não se tem.
Saudade é o não contentar-se com o fim.
Saudade é o não desapego do que já se foi.
Saudade é o desejo de eternizar sensações e pessoas.
Saudade é não querer o 'não querer'.
Saudade as vezes é lembrar o que se deve esquecer.
Saudade as vezes é querer o que não se deve querer.
Saudade é não saber dizer adeus.
Saudade é o contrário do adeus.
Saudade é ter só a você mesmo!
Saudade quase sempre é solidão!
Saudade é a falta, simplesmente!
Saudade é coisa que não mente!
Saudade não presta!
Saudade é um tiro na testa!
Saudade é uma merda!
Saudade é o que me resta!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Canções

De repente você se vê tendo vontades estranhas, coisas que você nem imagina que pudesse querer fazer um dia, e no outro elas simplesmente não te deixam dormir. Aí você sente uma espécie de sensações igualmente estranhas, talvez porque nunca as tenha sentido antes, talvez porque elas simplesmente sejam estranhas, ou talvez porque você mesmo seja estranho!

Ultimamente ando querendo casar. E até me rio disso. Mas o fato é que ando querendo sossegar o facho!

Antigamente, muito antigamente mesmo, quando eu era quase criança, queria muito casar, ter filhos e todas essas coisas que geralmente só as meninas pensam. Mas foram tantos os caminhos que atravessaram o meu próprio caminho e que aos poucos foram se tornando meus caminhos também, que de repente tudo modou.

E agora, não menos que de repente, novamente, me vejo querendo casar. Isso não faz de mim nenhum paquerador em potencial, pelo contrário, eu me sinto mais seguro e menos afobado. Percebo que as coisas que não foram é porque simplesmente não eram pra ser. E isso não retira a parcela de responsabilidade de ninguém, não uso esse pensamento como forma de contentamento e deixar as coisas como estão. Não. Se coisas deram errado é porque algumas pessoas não acertaram. E não acertaram por diversos motivos. Desde serem imaturas e despreparadas, como serem sacanas e vis.

Claro que eu também errei muito nesses trajetos passados. Aliás trajetos que teriam tudo para sem péssimos, mas que foram muito bem passados! Eu só gosto bem passado!

Errei quando me dei sem medida. Errei quando ingenuamente acreditei em palavras escritas em poesias quase infantis. Errei quando pensei serem verdade tantos carinhos e saudades. Mas acertei ao ser essencialmente eu! E ser eu, implica em seu ingênuo, em acreditar nas pessoas, em ser verdadeiro comigo (em primeiro lugar) e com os outros. Ser eu significa não trair meus sentimentos, não jogar, não achar que os outros estão à minha disposição, tratar a todos com respeito e principalmente ter consideração pelos outros.

Ser essência minha é abraçar cada sentimento e dançar cada música tocada ou cantada ao pé do ouvido.

Aprendi que somente pessoas sensíveis têm preparo para ouvir canções ao pé do ouvido. Mesmo assim continuo compondo. Canções que cantei ao pé do ouvido e que agora serão ouvidas apenas no rádio. Essas que passaram e que agora são apenas produto do rádio, vão servir pra inspirar outros casais, iludí-los um pouco e quem sabe fazê-los amar de verdade! Esse é o meu desejo!

E que venham mais inspirações e canções e que sejam lindas muito mais que as outras. Que venham canções que sejam só nossas e que os nossos ouvidos sejam seus únicos ouvintes e que nossos corações sejam os únicos que saibam sua letra, e que somente nossos corpos dancem sua melodia!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

...

O mal das pessoas
É querer conjugar
O verbo 'jogar'
Em todas as pessoas!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Estranha Criança Sentimental

Tão sentimental pequena garota
Crescida na vida inventada
Vivida pelos estranhos sentimentos
Em sua honesta cabeça raspada

Repleta de si e de todos
Se esvai de todo conceito
Se enche com luzes de paz
Que emanam de dentro do peito

Pobre sentimental
Criança brincando
Pés ligeiros correndo
Felizes saltando

Pisando espinhos e flores
Machuca-se e nem sente
Amores são só amores
Seu coração nunca mente.

Sejamos!

Hoje eu simplesmente estou tentando não ser.
Estou tentando não ser tudo aquilo que sinto.
Tentando não ser tudo aquilo que dou.

Chorei inquietas lágrimas vermelhas e
Derramei letras sobre a folha do caderno virgem
Como quem derrama vinho tinto
Sobre o tapete outrora branco.

Manchei o papel de vermelho
Sujei o chão que parecia limpo
Como criança que suja a roupa
Brincando inocente no quintal de casa.

Sem medo do que pode acontecer
Subo em árvores muito mais altas
Do que a minha média estatura
Geralmente me permitiria alcançar.

Desafio a gravidade
Me atiro do alto
E por mais grave que seja
O efeito da queda

Não tenho medo de me arranhar
Não sei se por coragem
Ou por falta de consciência
Desconheço o poder do medo.

O medo que poderia salvar
O coração de se entregar
O olhar de desejar
A saudade de rasgar.

O sentimento como carta
Que mesmo sendo enviada
Com todo carinho e cuidado
Talvez jamais seja recebida.

E quando eu penso que tudo acabou
Você vem e me diz coisas lindas com beijos
Numa escada de incêndio que pega fogo
Simplesmente por estarmos ali

Provando olhares
Desvendando sentidos
Sentindo vontades
Beijando verdades

Eu sou tudo aquilo que dou.
Dou tudo aquilo que sou.
Só quero ser eu, ser teu.
A gente só dá aquilo que é nosso.

Tudo está em nós.
Todo o amor que dou.
É meu.

Tudo está em mim.
Todo o amor que dou.
Eu sou!

Sejamos!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu


Não sou do tipo que faz charme.
Por isso não quero que se arme!

Não sou de fazer joguinho.
Prefiro fazer carinho!

Sou sempre muito verdadeiro.
A começar comigo mesmo.

A minha verdade começa por mim.
Não consigo mentir ou fingir.

Sempre fiz com você tudo o que tinha vontade.
E isso não é privilégio teu, é a minha verdade.

Quando quero te ligar, te ligo.
Quando quero te mandar mensagem, te mando.
Quando estou com saudade, te digo.
Quando quero te ver, não escondo.

Você me disse pra continuar sendo
Eu!
Que o que te 'inspira e encanta'
É o fato de eu ser Eu!

Eu sou Eu!
E Eu quero ser pra você...

Como um mergulho no mar num dia de sol escaldante.
Uma aventura inusitada num dia tedioso.
Um colo carinhoso quando o mundo só te cobra.
Um dengo gostoso em meio às lutas diárias.
Uma canção que não saia dos teus ouvidos!
Uma onda que molha os teus pés na areia quente.
Um pensamento gostoso que invade a tua cabeça no meio do expediente.
Uma poesia no meio da tarde que te roube um sorriso inocente!

Eu sou Eu pra mim.
E quero ser Eu pra você também!