segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Sombra


Eu hoje começo esse texto sem a menor pretensão. Sem pretensão alguma de que ele fale com alguém a não ser eu mesmo. Escrevo-o com a intenção única de falar comigo mesmo, coisas que só eu posso me dizer e que só eu poderei escutar!

De quando em quando busco em meus horizontes, pensamentos que possam me esclarecer. Nem sempre encontro coisas boas dentro da minha cabeça. Algumas vezes pensamentos dividem o mesmo espaço que ratos poderiam ocupar dentro da minha mente. Sinto-me como um bueiro sujo num chão coberto de guimba de cigarro, vômito e mijo amarelo escuro, num beco sombrio qualquer, por onde transitam putas violentadas, baratas e bêbados sem nenhuma dignidade.

E é aí, onde a boa reputação é artigo em extinção, onde a moral não tem peso de moeda corrente e onde os bons costumes desceram pelo ralo, que eu me encontro. É nesse ambiente pouco iluminado que muitas vezes me esclareço!

E se eu vejo dentro da escuridão do mundo, preciso também enxergar dentro da minha própria escuridão. Clarear por dentro e por fora tudo o que já for claro e deixar escondido aquilo que ainda é oculto, parece ser a melhor opção pra quem é covarde e medrosamente comedido.

Eu trago a luz. Ilumino a quem quiser continuar na escuridão. Trago para perto de mim aqueles a quem eu desejo. Trago-os. Trago e depois solto. Solto como fumaça que sai por onde quiser. É assim que eu sou, solto!

Quando você recebe luz, sombra produz. E se você é capaz de fazer sombra é porque você também é formado dessa sombra!

Assombra não, minha sombra!
A sombra não me assombra!

Ninguém é tão luz que não possa um dia ser sombra!

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