quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sejamos!

Hoje eu simplesmente estou tentando não ser.
Estou tentando não ser tudo aquilo que sinto.
Tentando não ser tudo aquilo que dou.

Chorei inquietas lágrimas vermelhas e
Derramei letras sobre a folha do caderno virgem
Como quem derrama vinho tinto
Sobre o tapete outrora branco.

Manchei o papel de vermelho
Sujei o chão que parecia limpo
Como criança que suja a roupa
Brincando inocente no quintal de casa.

Sem medo do que pode acontecer
Subo em árvores muito mais altas
Do que a minha média estatura
Geralmente me permitiria alcançar.

Desafio a gravidade
Me atiro do alto
E por mais grave que seja
O efeito da queda

Não tenho medo de me arranhar
Não sei se por coragem
Ou por falta de consciência
Desconheço o poder do medo.

O medo que poderia salvar
O coração de se entregar
O olhar de desejar
A saudade de rasgar.

O sentimento como carta
Que mesmo sendo enviada
Com todo carinho e cuidado
Talvez jamais seja recebida.

E quando eu penso que tudo acabou
Você vem e me diz coisas lindas com beijos
Numa escada de incêndio que pega fogo
Simplesmente por estarmos ali

Provando olhares
Desvendando sentidos
Sentindo vontades
Beijando verdades

Eu sou tudo aquilo que dou.
Dou tudo aquilo que sou.
Só quero ser eu, ser teu.
A gente só dá aquilo que é nosso.

Tudo está em nós.
Todo o amor que dou.
É meu.

Tudo está em mim.
Todo o amor que dou.
Eu sou!

Sejamos!

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