terça-feira, 14 de setembro de 2010

Menino Estrelar

Se é pra ser leve, que se deixe levar.
E se eu for levado que se leve comigo
À qualquer paisagem bucólica perdida
À qualquer convite de viagem perfeita.

E se eu sou levado
Me deixa brincar
De ser quem eu sou.

Me deixa então
Não ser quem 
Eu realmente não sou.

Me deixa dizer
As coisas que penso
Sobre o amor e teus olhos.

Me bota no colo e me faz cafuné.
Alisa minha barba de criança grande.
Afaga minha alma de menino artista.
Brinca no meu corpo que é feito de doce.

Assiste teu filme nos meus olhos.
Canta tua música na minha língua.
Pinta teus quadros na minha barriga.
Encena tua peça no meu cangote.

Lambe os meus textos suados.
Arranha minhas palavras molhadas.
Respira nos meus acordes rijos.
Amassa a minha poesia crescida.

Cospe na minha lucidez.
Bate na minha moral.
Agarra nas minhas certezas.
Que eu gozo no teu paladar.

Somos poesia e teatro.
Música, pintura e cinema.
Acordes infinitamente lúdicos. 
Filme preto e branco cheio de cores.

Prosas melodicamente sussurradas
Nesse quarto de menino estrelar
Num carro onde se roubam beijos
Ou num elevador pouco vigiado!

Sente o frio na espinha, black
Sente o arrepio no pescoço, blue
Pois somos as cores que pintam
O mundo de negro e azul.

Nenhum comentário: