quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Paladar

Se eu tenho paladar é simplesmente pra sentir os sabores.
Saber o que é bom e o que é ruim, mas somente após experimentar!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhos nus

Palavras podem dizer muito.
Atitudes podem revelar bastante.
Mas somente pelos olhos se desnuda uma alma!

Princípio da Irresistibilidade

‎A inteligência é afrodisíaca.

O conhecimento é excitante.

A sabedoria é instigante.

Mas a humildade é irresístivel!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Poesia e Eu

A poesia me acalma...
Me alisa os cabelos...
Me deita em seu colo...
E me afaga a alma...

No escuro

Se eu faço uma canção
Assim no escuro
Não ache que eu estou
Em cima do muro

Se subo mais alto
É só pra enxergar
O que a tua sombra
Escondia do meu olhar

Se por acaso eu cair
Não tente me criticar
Pois antes que você perceba
Eu vou me levantar!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Menino Estrelar

Se é pra ser leve, que se deixe levar.
E se eu for levado que se leve comigo
À qualquer paisagem bucólica perdida
À qualquer convite de viagem perfeita.

E se eu sou levado
Me deixa brincar
De ser quem eu sou.

Me deixa então
Não ser quem 
Eu realmente não sou.

Me deixa dizer
As coisas que penso
Sobre o amor e teus olhos.

Me bota no colo e me faz cafuné.
Alisa minha barba de criança grande.
Afaga minha alma de menino artista.
Brinca no meu corpo que é feito de doce.

Assiste teu filme nos meus olhos.
Canta tua música na minha língua.
Pinta teus quadros na minha barriga.
Encena tua peça no meu cangote.

Lambe os meus textos suados.
Arranha minhas palavras molhadas.
Respira nos meus acordes rijos.
Amassa a minha poesia crescida.

Cospe na minha lucidez.
Bate na minha moral.
Agarra nas minhas certezas.
Que eu gozo no teu paladar.

Somos poesia e teatro.
Música, pintura e cinema.
Acordes infinitamente lúdicos. 
Filme preto e branco cheio de cores.

Prosas melodicamente sussurradas
Nesse quarto de menino estrelar
Num carro onde se roubam beijos
Ou num elevador pouco vigiado!

Sente o frio na espinha, black
Sente o arrepio no pescoço, blue
Pois somos as cores que pintam
O mundo de negro e azul.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Sombra


Eu hoje começo esse texto sem a menor pretensão. Sem pretensão alguma de que ele fale com alguém a não ser eu mesmo. Escrevo-o com a intenção única de falar comigo mesmo, coisas que só eu posso me dizer e que só eu poderei escutar!

De quando em quando busco em meus horizontes, pensamentos que possam me esclarecer. Nem sempre encontro coisas boas dentro da minha cabeça. Algumas vezes pensamentos dividem o mesmo espaço que ratos poderiam ocupar dentro da minha mente. Sinto-me como um bueiro sujo num chão coberto de guimba de cigarro, vômito e mijo amarelo escuro, num beco sombrio qualquer, por onde transitam putas violentadas, baratas e bêbados sem nenhuma dignidade.

E é aí, onde a boa reputação é artigo em extinção, onde a moral não tem peso de moeda corrente e onde os bons costumes desceram pelo ralo, que eu me encontro. É nesse ambiente pouco iluminado que muitas vezes me esclareço!

E se eu vejo dentro da escuridão do mundo, preciso também enxergar dentro da minha própria escuridão. Clarear por dentro e por fora tudo o que já for claro e deixar escondido aquilo que ainda é oculto, parece ser a melhor opção pra quem é covarde e medrosamente comedido.

Eu trago a luz. Ilumino a quem quiser continuar na escuridão. Trago para perto de mim aqueles a quem eu desejo. Trago-os. Trago e depois solto. Solto como fumaça que sai por onde quiser. É assim que eu sou, solto!

Quando você recebe luz, sombra produz. E se você é capaz de fazer sombra é porque você também é formado dessa sombra!

Assombra não, minha sombra!
A sombra não me assombra!

Ninguém é tão luz que não possa um dia ser sombra!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Mar e a Noite!

A música entrou pelas portas dos ouvidos atentos, percorreu os corredores da mente inquieta e explodiu por todos os poros respiráveis, por onde passaram ares dançantes!
Corri por entre os acordes de dentro de mim e num quarto trancado por dentro e por fora encontrei você.
Você fugia tentando não ouvir minha voz. Pensando ser essa a rota perfeita. Mas o som ecoou, achou uma fresta e entrou com o pouco ar que te restava para respirar.
Então a porta abriu-se, primeiro por fora, depois por dentro.
Você olhou nos olhos da minha boca. Beijou a voz que saia do meu peito. Molhou a língua nos meus cabelos. Respirou a minha barba. E dançou dentro dos meus olhos negros. 
Depois caiu no oceano de si e perdeu-se por alguns instantes. 
Te pensei sozinho e saudoso. Chamei-te de volta pra fora e saíste do teu mundo azul.
Agora não somos mais nós. Não apenas. Agora há mais do que só dois. Agora somos muitos. Somos o mar e a noite. Somos um de você e muitos de mim!
Amanhã vou comprar uma bicicleta!