sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Raça Desumana

Sociedade louca. 
Raça desumana. 
Para o conceito social.
Enraizado na mente ensinada.
Televisamente alienada.
Desde pequeno, animal selvagem.

Torna-se animal de estimação.
Estima que nada vale.
Não serve para comprar.
Mas para vender-se.
Quem vende a si mesmo.
Ao outro não poupa.
Passa recibo e recebe.
Quantia inúltilmente suada.
Paga como puta de rua.
De uma esquina onde se vende.
Sexo, ilusões e promessas.
Coisas que definem um perfil.
Alguém que talvez não exista.
Pessoas que somem com o tempo.
E que o mesmo tempo transforma.
Como dunas que aparecem e somem.
E se transformam pelo sopro do vento mais suave.
Relações sofrivélmente desejadas.
Impossíveis por tanto querer.
Os quereres desencontrados.
Separados por tantos motivos.
Reunidos por outros diversos.
Boicotados por suas próprias pessoas.
Sociais e muitas vezes sociáveis.
Protecionismo burro e amparado.
Autopreconceito disfarçado de lei.
Raça covardemente humana.
Escondida atrás da bruma da sociedade.
Humanamente fraca e fácilmente vendável!

domingo, 6 de setembro de 2009

Solidade Libertária

Desconheço a força que em mim reside.
E se reside alguma força em meus pensamentos.
O que sei é que fraquejo sempre que tento não pensar.
E sou forte ao ceder ao que me vem como fraqueza.
Já não sei. Já não sinto. Já não penso.
Me tranco na gaveta do meio de mim.
Num dia chuvoso, sem livro e sem música.
Filmes me vêem à memória e eu não consigo assistir a mim mesmo.
Eu passo num canal qualquer como se fora um velho e conhecido filme sem ação.
Estou a um passo de uma loucura chamada liberdade total.
Essa que nos liberta e nos faz viajar sem rumo e sem teto.
Essa tal liberdade que sinto prender-me em seus laços tão atrativos.
Aquela liberdade da qual sou prisioneiro em regime perpétuo.
Ela, que me faz réu condenado do seu livre prazer.
Liberto do mundo e preso a mim mesmo, sigo sozinho.
Caminho que ainda desconheço e que não me assusta.
Solidão não mete medo em quem é livremente sozinho.
A Solidão é a grande companheira dos corações inquietos.
Quem é livre também é só. E por isso está sempre acompanhado.
Por ela, que jamais abandona. Segue lado a lado, parceira leal.
No início se estranha, mas depois acostuma, deita do lado e dorme de concha.
Tive medo da fome, até passar por ela e a barriga doer.
Tenho medo da sede, mesmo já tendo passado por ela também.
Mas solidão, solidão não. Já passei por ela tantas vezes. 
Ela foi que não passou de mim.
E eu, covarde que sou, deixei-a ficar.
Pela minha coragem decidi ser livre.
Pela minha covardia tornei-me escravo da minha própria liberdade!
E sou tão covarde que não tenho coragem suficiente para me rebelar.
A chuva parou, mas ainda está escuro.
Ouço os pássaros cantarem no verde ao longe.
Vai voar. Voa e vê que o sol está brilhando acima das nuvens escuras.
Porque hoje já choveu bastante. Choveu demais pra mim.
Choveu medo. Choveu silêncio. Choveu saudade.
Molhou tudo aqui dentro. Lavou umas coisas. Destruiu outras.
Ventou forte. Ventou melancolia dentro do quarto trancado por fora e por dentro.
Fechado sem chaves, mas por segredos.
Ventou um vento frio vindo do nada pra todos os lados.
Soprou uma brisa quente levando o frio pra dentro do nada.
Ventou Solidão! Soprou Liberdade!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ANoite(S)cerá


A noite será
Uma festa sem fim
Anoitecerá
Dentro e fora de mim


Gira o sol
Profundo de luz
Girassol
Clareia e seduz


Meia-lua
Adulta idade
Meio nua
Solta na cidade


Estrelar
Seu brilho intenso
Estelar
Seu riso imenso