quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Coisas Afins

Que porra de coração de moça.
A brisa bateu na cabeça de touca.

Que protege a membrana do pensar
Para evitar o processo de sentir e penar.

Segue viagem no mundo sozinho

Sorrindo e chorando um litro de vinho.

Me embriago em copos de energético e vodka
E na volta pra casa carrego as sacolas

Lotadas de tudo o que eu quero pra mim

Sapatos, desejos e coisas afins.

A Onda


A onda que trouxe

Pra beira da praia
A esperança que eu tinha
De te encontrar,


Molhou os meus pés
Me sujou de areia
E se foi com a água
Salgada do mar!

Ir e vir, meu, teu e nosso!

O vir é meu.

O ir é teu.

O ficar, é sempre nosso!

No coração

A palavra escrita torna-se eterna no coração de quem lê e desperta.

A palavra escrita nunca será morta no coração de quem lê e gosta.
 

Sóis

Anoitece na estrada.

E o que vejo são faróis.

São estrelas esperando.

Todas elas por seus sóis.

O Caminho

A estrada que me leva e traz, nunca trouxe você pra mim.

Nenhum rio parado me distrai, nem faz crescer flor no meu jardim.

A beleza vive em caminhar, voar livre na imensidão.

O caminho que cruzo é de paixão, liberdade, sonho e solidão!

Prazer!!!

No exílio de mim encontrei um novo eu.

Um velho eu desconhecido de mim, que se escondeu da gente por muito tempo.

Eu sou eu.

Prazer em conhecer-me!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

No Tudo


Na paz da alma é que tudo se acalma.

Na verdade dita é que tudo se explica.


Na entrega total é que tudo é passional.


No beijo molhado é que tudo é revelado.


No tesão vivido é que tudo é sentido.


No olhar entendido é que tudo é sabido.


Na entrega de graça é que tudo se encaixa.


No suor derramado é que tudo é melado.


No abraço apertado é que tudo é selado.


No segredo guardado é que tudo é multiplicado.


Na amizade mantida é que tudo tem vida!


...

Arrisquei.

Fui sincero. Fui homem. Fui amante. Fui amigo.

A manhã se transformou em noite para nós.

Tirei teus sapatos. Te ajeitei na cama. Te beijei a face. Segurei tua mão. Cuidei de você. Liguei o ventilador, deixei a porta aberta e fui embora sem saber pra onde, nem pra quando, mas com a sensação de ter deixado muito mais de mim do que eu pensei ter deixado, e ter trazido muito mais de ti, do que poderia carregar com as minhas mãos carinhosas.

E saiba que só fui embora, porque não tinha tempo pra ficar.

Parti como uma nau portuguesa que antes, quisera ficar ancorada na Bahia!


Poesia antiga...


Fiz essa poesia há alguns anos, tava aqui mexendo nas pastas antigas e acabei achando. Decidi publicar só pra matar a saudade! 

"Dos Que Amam" 

"A minha dor é a dor dos que sofrem
A minha alma é a alma dos com alma
A minha boca é a boca dos que beijam
O meu desejo é o desejo dos que querem
A minha música é a música dos que cantam
A minha cama é a cama dos que deitam
O meu sono é o sono dos que não dormem
A minha luz é a luz dos que brilham
O meu sexo é o sexo dos que gozam
A minha língua é a língua dos que lambem
A minha mão é a mão dos que apalpam
A minha mente é a mente dos que pensam
A minha tinta é a tinta dos que pintam
A minha sede é a sede dos que bebem
O meu amor é o amor dos que transgridem
Dos que fazem de tudo
Dos que não se arrependem
Dos que querem sempre mais
O meu amor é o amor dos que amam."

Pode ser

Essa vontade de escrever que me assalta as horas calmas da madrugada!
Essa inquietação no fundo da alma que eu jamais saberei de onde vem!
Essa coisa toda incerta que eu tantas vezes tento, quase sempre em vão, acertar!
Essa dúvida sobre o agir, ou não, sobre o calar ou não, sobre o pode ser ou não.
Essa ansiedade que não me pertence e mesmo assim tenta me visitar, como um distante parente inconveniente.
Esse atropêlo que cometo e que me tira um pouco a razão, também me atropela de forma cruel.

Agi por impulso.
Agi por emoção.
Agi por sentimento.
Por mais que não saiba bem qual sentimento tenha sido.
O fato é que agi.
O fato é que agimos.
E a manhã se transformou em noite.

Eu não quero ganhar nada.
A única coisa que quero, de verdade, é não perder!
Não se trata de um jogo.
Eu não sei, nunca soube jogar.
Se trata de você.
Se trata de mim.
Se trata de nós.

Eu não quero perder a gente.
No meio de um caminho bonito que só está começando e que tem infinitas possibilidades!

Quero manter a calma e a alma intacta.

Eu digo daqui: "Amizade pode ser um amor que desistiu de morrer!"

Falo isso sem grandes lamentos, mas com prováveis arrependimentos.

E alguém me diz que se o amor seria perfeito, então que se deve arriscar.

O problema é que eu sempre me arrisco demais.
E se há riscos, eu já me risquei inteiro.
No meu corpo só há marcas de todas as tintas com as quais me risquei e com as quais me riscaram.

Porém ao contrário de todo mundo que se arrisca, eu, quando me arrisco, penso no pra sempre; no momento atual, que pode ser eterno.

E quando alguém me pergunta se o risco é 'perder tudo', ou se é 'sofrer mais do que o sofrimento da dúvida'; eu respondo que o risco é tudo isso, em proporções diferentes, mas igualmente doloridas!

As vezes a gente é tão transparente, que nem sente!

As vezes a gente sente tanto que só a gente é quem sente!


Mas eu, de sentir e agir, não me arrependo!



domingo, 20 de dezembro de 2009

As Margens do Rio!!!


Nesta minha margem do rio nada mudou...

As águas continuam calmas e amigas!!! 

Tomara que do outro lado do rio, na margem que não é minha, mas do outro, nada mude também!!!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Que Flua!!!

Qual é a hora?
Quando é o tempo?
Será que ele existe?
Ou existiu em algum momento?


E se no hoje acontecer?
E se passar a existir?
No amanhã existirá?


Hoje pode ser lua.
Hoje pode ser nua.
Hoje pode ser tua.
Hoje pode ser que flua.


E se fluir, que flua
Tão brilhante como a lua.
Tão bonito quanto a nua.
Tão entregue como a tua.


Silêncio

Hoje não vou escrever muito para não correr o risco de dizer coisas das quais me arrependa... prefiro o silêncio!!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Por Ti...


"Eu quero ajudar a curar tua ferida.
Quero ser o teu remédio.


Eu quero ser a tua cura.
Aquilo que a tua alma procura!


Quero estar perto
em todo momento,
ao lado e dentro!


E enfim,
ficar contigo,
quando tudo estiver resolvido!"


(Trecho do poema 'Por Ti'- Ricardo Ayade)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pequeno Pensamento Amoroso


Quanto ao amor... Ah! O amor!!! 

Já não sei explicá-lo com palavras, nem limitá-lo às letras. Eu simplesmente amo.

E amo tanto e tantos... e são tantos os tipos de amores e suas quantidades e formas... e os amores... e os amantes... que já nem sinto mais amor... eu simplesmente o sou!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pra tudo aquilo...

Estou com um pouco de receio... não sei se chega a ser medo... não é... definitivamente não é medo...  mas as incertezas dos assuntos do coração muitas vezes nos amedrontam e por mais incrível que pareça, as vezes nos deixam apático!!!

Eu sei que é clichê eu dizer que 'eu queria entender'... mas eu não vou deixar de dizer a verdade pra mim mesmo, por mais que ela (a verdade) seja o maior dos clichês.

A minha verdade é, nesse momento, a única coisa da qual eu tenho certeza e é nela que eu me seguro... onde me agarro com as duas mãos e com toda a forçaque ainda tenho no coração!!!

Mas e se a verdade é que eu ainda não sei nada e ainda não posso fazer ou dizer nada, então, aonde é que eu me firmo?!?

Não havendo respostas para todas as questões no meu 'Livrinho da Vida Pronta', onde eu devo buscar uma orientação?

Se não for vivendo, sentindo, me permitindo, deixando as coisas fluirem como são... Se não for assim, como será?!?

Muitas coisas podem ser resolvidas por palavras, mas na hora da verdade, são as ações que falam mais alto e que determinam os futuros e os destinos!!!

Se eu não disser o que quero, e se não fizer o que o meu coração diz, por medo de perder algo que eu nem tenho, como poderei prosseguir livre e viver o novo que me abraça com tanta amizade e carinho?!?

Momentos. São apenas momentos que diferem, nesse exato momento, no instante hoje.

Tempo. Esse tempo que precisa passar para que os momentos, talvez agora difusos, possam se clarear e se encontrar pra vida toda!!!

As horas. As horas que precisam chegar. A hora de tudo mudar. A hora do sentimento despertar. A hora do carinho se transformar. A hora da amizade passar a amar.

O descobrir, está nos detalhes. Nas coisas pequenas. Em toda sutileza. No olhar mais simples e desnudo. Na palavra mais doce e sincera. No gesto mais gentil e inocente. É lá que tudo se esconde. E é lá que vamos nos descobrir.

E pra tudo aquilo que a palavra não puder explicar... ainda existe um sentimento para se sentir!!!

Pra tudo aquilo que não consegue se dizer, só há um remédio: sentir e viver!!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eu não quero um edredom!!!


Está chovendo. A chuva que de dentro de mim cai imunda, inunda o mundo inteiro, interno.
Não tem mais essa história de ‘se chove lá fora’ porque é de dentro que a chuva deságua, é do peito que ela desaba.
A chuva como água suja escorre pelos bueiros de dentro de mim. Arrasta em força a dúvida que se agarra a uma árvore qualquer, enraizada com profundidade incalculavelmente assustadora.
Dói.
Incerteza cruel escondida como criança atrás do sofá vermelho da sala bem decorada e pouco hospitaleira.
O mundo inteiro parece estar contra mim. O mundo inteiro parece estar fora de mim. O mundo inteiro. Todo o mundo. Essa gente toda. Toda aquela gente. É gente demais.
Tantas vozes. Tantos gritos. Ensurdece minh’alma. Ensurdece e emudece teus cantos. Corre para o canto e finge gritar um lamento. Rabisca o papel e compõe uma canção. Chora cantando um samba triste. Esboça um sorriso no fim do refrão.
A dor. Ardor. Amor.
Sensação aflorada. A flor do gesto. Sem espinhos. Apenas o gosto de rosa. O cheiro de prosa. O sabor de um verso, que por mais que seja inverso, continua sendo.
Desperta. Amanhece. Feio. Dolorido. Inexato.
A coberta que eu pedi não veio. Nem um simples cobertor. E eu? Eu não quero um edredom.
.
Para ler ouvindo: Feio - Bia Krieger

sábado, 28 de novembro de 2009

Happy Birthday!!! ???


Esse é apenas mais um aniversário que passo longe de casa. Longe da minha casa. Que eu nem sei mais onde fica. Talvez ela esteja perdida entre algum lugar entre uma infância e um futuro que eu nem sei se existirá. Futuro esse que eu espero há anos e que ainda me parece tão incerto.
Eu, que achava que aniversários deveriam ser feitos só de alegrias, descobri que desassossegos também fazem parte. E são tantos que parecem não conter num ano só.
Ano passado eu comemorei (na data exata) como se nada fosse mais importante do que a minha vida e enquanto eu tomava café da manhã com os amigos num café de livraria, após uma noite cheia de aventuras e tortas alegrias, um amigo sofria um grave acidente de moto e morria em uma estrada chuvosa da Bahia.
Toda a alegria terminou com uma notícia que transformou a minha euforia em profunda tristeza e introspecção apática e pouco criativa!
Felicidade e dor caminhando juntas. Chegando uma após a outra. Interrompendo o que mal tinha começado. Cortando pelas raízes os planos de tantas vidas que interligavam-se àquela única e especial vida. E como tudo aquilo afetara a minha própria vida, que de distante, só tinha a quilometragem que me separava geograficamente de tudo aquilo que se sucedera e de todos os seus sofríveis personagens que eu, penso que sem muito sucesso, tentei de longe confortar!
Gil era um menino. Vinte e poucos anos, no auge dos seus sonhos e das suas conquistas. Tinha uma linda namorada, que é uma das minhas grandes amigas e que convive com a perda entalada nas suas entranhas. Convivência aparentemente sustentável. Suportando exclusivamente por depositar toda a sua fraqueza em DEUS e Dele receber a força sobrenatural que a faz seguir em frente. Ele também era irmão de outro grande amigo, a quem eu tenho muito carinho, e com esse, eu da minha distância geográfica, consegui esboçar algumas poucas palavras por celular. Eu não tinha muito o que dizer. Mas talvez fosse bom apenas dizer que eu não tinha o que dizer.

Foram assim os meus 25 anos.
Ontem, véspera do meu 26° aniversário, acordei com a notícia de que um grande amigo havia falecido. Não menos coincidentemente, ele também fora vítima num acidente de carro numa estrada baiana.

Zé nos deixou menos cedo que Gil, mas com uma dor igual ou maior. Ele era padre. Aliás, eu posso dizer que ele era o meu único amigo padre. Ele fez com que eu respeitasse os padres, porque ele era diferente. Ele era uma pessoa. Eu o chamava de ‘sacana’, e ele adorava, se acabava em risos. Tinha no olhar um brilho especial de amor ao próximo. Zé era o meu amigo padre, que tomava vinhos e caipiroskas comigo. Que conversava besteira. E que sempre estava de bem com a vida e tinha boas palavras para dar!
Em pouco tempo que convivemos, de fato foi pouco tempo, aprendi lições que tenho certeza, levarei por toda a vida. Ele foi um daqueles grandes amigos que se faz num fim de semana e no outro já é seu melhor amigo e já conhece tanto de você que nem é preciso dizer mais nada. Zé me ajudou a me ver de uma forma como eu talvez nunca tivesse me percebido e a me respeitar como eu sou! Ele jamais me julgou, apesar de todo o peso católico burro e julgamentista. Zé estava acima disso.
Agora como eu posso simplesmente comemorar sabendo que Zé estará sendo enterrado enquanto eu estou cantando ‘parabéns’?!?
Tenho saudade dos meus aniversários da infância, aqueles dos quais eu nem lembro. Aqueles nos quais estávamos todos juntos. Onde ninguém disputava. Onde ninguém que não gostasse de mim estaria na minha festa. Onde havia mais motivos do que só um aniversário para se comemorar. Onde ninguém brigava. Onde ninguém morria.
E mesmo com tudo isso, celebremos a vida, pois ela é dom de DEUS!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Raça Desumana

Sociedade louca. 
Raça desumana. 
Para o conceito social.
Enraizado na mente ensinada.
Televisamente alienada.
Desde pequeno, animal selvagem.

Torna-se animal de estimação.
Estima que nada vale.
Não serve para comprar.
Mas para vender-se.
Quem vende a si mesmo.
Ao outro não poupa.
Passa recibo e recebe.
Quantia inúltilmente suada.
Paga como puta de rua.
De uma esquina onde se vende.
Sexo, ilusões e promessas.
Coisas que definem um perfil.
Alguém que talvez não exista.
Pessoas que somem com o tempo.
E que o mesmo tempo transforma.
Como dunas que aparecem e somem.
E se transformam pelo sopro do vento mais suave.
Relações sofrivélmente desejadas.
Impossíveis por tanto querer.
Os quereres desencontrados.
Separados por tantos motivos.
Reunidos por outros diversos.
Boicotados por suas próprias pessoas.
Sociais e muitas vezes sociáveis.
Protecionismo burro e amparado.
Autopreconceito disfarçado de lei.
Raça covardemente humana.
Escondida atrás da bruma da sociedade.
Humanamente fraca e fácilmente vendável!

domingo, 6 de setembro de 2009

Solidade Libertária

Desconheço a força que em mim reside.
E se reside alguma força em meus pensamentos.
O que sei é que fraquejo sempre que tento não pensar.
E sou forte ao ceder ao que me vem como fraqueza.
Já não sei. Já não sinto. Já não penso.
Me tranco na gaveta do meio de mim.
Num dia chuvoso, sem livro e sem música.
Filmes me vêem à memória e eu não consigo assistir a mim mesmo.
Eu passo num canal qualquer como se fora um velho e conhecido filme sem ação.
Estou a um passo de uma loucura chamada liberdade total.
Essa que nos liberta e nos faz viajar sem rumo e sem teto.
Essa tal liberdade que sinto prender-me em seus laços tão atrativos.
Aquela liberdade da qual sou prisioneiro em regime perpétuo.
Ela, que me faz réu condenado do seu livre prazer.
Liberto do mundo e preso a mim mesmo, sigo sozinho.
Caminho que ainda desconheço e que não me assusta.
Solidão não mete medo em quem é livremente sozinho.
A Solidão é a grande companheira dos corações inquietos.
Quem é livre também é só. E por isso está sempre acompanhado.
Por ela, que jamais abandona. Segue lado a lado, parceira leal.
No início se estranha, mas depois acostuma, deita do lado e dorme de concha.
Tive medo da fome, até passar por ela e a barriga doer.
Tenho medo da sede, mesmo já tendo passado por ela também.
Mas solidão, solidão não. Já passei por ela tantas vezes. 
Ela foi que não passou de mim.
E eu, covarde que sou, deixei-a ficar.
Pela minha coragem decidi ser livre.
Pela minha covardia tornei-me escravo da minha própria liberdade!
E sou tão covarde que não tenho coragem suficiente para me rebelar.
A chuva parou, mas ainda está escuro.
Ouço os pássaros cantarem no verde ao longe.
Vai voar. Voa e vê que o sol está brilhando acima das nuvens escuras.
Porque hoje já choveu bastante. Choveu demais pra mim.
Choveu medo. Choveu silêncio. Choveu saudade.
Molhou tudo aqui dentro. Lavou umas coisas. Destruiu outras.
Ventou forte. Ventou melancolia dentro do quarto trancado por fora e por dentro.
Fechado sem chaves, mas por segredos.
Ventou um vento frio vindo do nada pra todos os lados.
Soprou uma brisa quente levando o frio pra dentro do nada.
Ventou Solidão! Soprou Liberdade!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ANoite(S)cerá


A noite será
Uma festa sem fim
Anoitecerá
Dentro e fora de mim


Gira o sol
Profundo de luz
Girassol
Clareia e seduz


Meia-lua
Adulta idade
Meio nua
Solta na cidade


Estrelar
Seu brilho intenso
Estelar
Seu riso imenso




sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pro Bem de Mim

Caminho desolado

Sem rumo, sem par

Sem fome, sem dor


Perdido, desorientado

Não fumo, mas trago

Um homem, ator


Quem veio à frente do caminho

A vida escolheu por si

Quem trouxe a pedra, o espinho

O vento já levou daqui


Estrada de olhares curiosos

Tentando enxergar dentro aqui

Bailando as pernas envolventes

A música eu nem quero ouvir


Subindo paredes transparentes

Tecendo a malha do rir

Derreto o ouro do bandido

E faço um pingente pra mim


Cantando os versos já escritos

Rimando a arte e o capim

Sabendo que tudo que acontece

Coopera pro bem de ‘mim’

terça-feira, 28 de julho de 2009

Tantas Vezes

Chove lá fora
Chove aqui dentro
Um temporal delicioso
Águas torrenciais
Direto do céu para mim.
Trazendo a paz
Que eu preciso ter.
Cobrindo de calma
Minha, tantas vezes,
Inquieta alma.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O Arroto

Sinto entalada na garganta
Aquela frase de amor que eu não disse
Ficou presa. Não saiu. Não engoli. Está aqui.

Quero vomitar esse pedaço de amor que está preso
Aqui, em algum lugar entre o coração e a cabeça
Como espinha, engasgado, como osso, atravessado.

Botar pra fora o que sonhei
O que guardei pra dizer e não disse
O que sempre quis viver e matei.

Prepare os ouvidos
Acho que vou arrotar!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bom dia!

A remela ainda está nos olhos
E ele já está lá.
Em parte sonolento,
Em parte acordado.
Atento. Preparado.
Seus olhos sujos enxergam embassado
As paisagens conscientes ao seu redor.
A única coisa que fez no banheiro foi mijar.
Aquele mijo endurecido.
O primeiro do dia.
A típica disposição masculina matutina,
Que no seu caso dura cerca de duas horas,
Ainda está lá.
Pulsante.
Pulsando.
Agora é esperar.
Esperar o tempo passar.
A poeira baixar.
O café esfriar.
O músculo relaxar.
Bom dia!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

À Título de Informação

Apenas à título de informação.
Não.
Eu não vou guardar o seu perfume preferido.
Vou usá-lo até a última gota.
Até a ultima vaporizada.
Não vou mais esperar a água esquentar para o banho.
Nem fazer aquele arroz sem alho e sem graça.
Agora o alho dourado será o ingrediente principal do meu arroz.
Não vou deixar de ver minha série favorita.
Nem de sair com os meus amigos num dia de sol, ou de chuva, ou de neve, ou até de tornado!!!
Não vou contar carneirinhos antes de dormir.
Nem cachorros, nem papagaios, nem dinossauros, nem qualquer animal que seja.
Vou é jogar fora todo o refrigerante sem gás que está na geladeira há dias.
Vou começar agora mesmo a aspirar todo o pó do meu quarto.
Abrir a janela para o sol, para o frio, para o calor, para a chuva, para a brisa.
Para o que quiser entrar através dela.
Arrumar o meu armário, as minhas gavetas, os meus cds, as minhas cuecas.
Assistir todos os filmes que eu puder.
Mandar todas as mensagens que nunca mandei.
Ligar para todo mundo que eu tiver vontade de falar.
Atender apenas quem me agradar.
Dançar todas as músicas que meus pés me levarem.
Assobiar todas melodias que me encantarem.
Cantar todas as letras que me emocionarem.
Recitar todos os poemas que estão guardados.
Escrever tudo o que me vier a cabeça.
Falar tudo o que me vier a boca.
Beijar todos os beijos desejados.
E abraçar todos os sentimentos,
Sejam eles quais forem.
E vou chorar, sim, vou chorar
Para celebrar toda a alegria
De ser livre novamente.
Livre de tudo, de todos,
E principalmente,
De mim mesmo!

domingo, 19 de julho de 2009

A garota da cicatriz!

Amo conhecer gente!!!
Hoje, por exemplo, conheci uma garota que ama cicatrizes.
Ela pediu ao namorado que fizesse uma nela.
Ele, amorosamente, cravou a tesoura em suas costas, um pouco abaixo do ombro direito, e fez um 'belo' rasgão de cerca 10 centimetros que ainda está cicatrizando e que, segundo ela, "vai ficar lindo"!!!
Conhecer pessoas como ela me faz perceber o quanto eu sou 'normal' e sem graça.

- Trecho do conto "A Garota da Cicatriz" - (inspirado em fatos reais)

Eu e os dias frios

Dias frios me deixam sempre com uma sensação.
Sensção do tipo, fique em casa o dia inteiro.
Não leia um livro.
Não assista um filme.
Não escreva suas poesias.
Não converse com as pessoas.
Apenas fique em casa o dia inteiro.
Coma. Sim. Porque comer é importante.
Mas acima de tudo, fique em casa o dia inteiro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Olhos Gulosos

O olhar penetra como que desnudando a alma,
Se metendo onde não foi chamado.

Mete.

O dedo,
A mão,
A colher,
O bedelho.

Se enfia num lugar desconhecido,
Nunca antes visitado.

Desbrava a virgindade oculta
Da alma antes nunca tocada.

Sentimentos deflorados
Pelos olhos gulosos
Que invadem os orifícios
Lacrimejantes de prazer.

Olhos que penetram.
Olhos que invadem.
Olhos que comem.
Olhos que devoram.

Com a voracidade d'um canibal faminto
Arranca com os dentes cada pedaço gostoso
De alma limpa, pura e sem pecado.

Saboreia.
Mastiga.
Engole.

Regurgita.

Pelo simples prazer
De degustar mais uma vez!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pequenina reflexão da madrugada!

Preparados???
Nunca estaremos...
E que bom que não...
Estamos na vida...
Isso basta!!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Resposta ao tempo

A vida pergunta.
E o tempo responde.

Quando o tempo pergunta.
Sò DEUS pode responder!

sábado, 11 de abril de 2009

Às 'pessoas interessantes' e a D. Camila Amado!

Quanta gente!
Oh! Quanta poesia!
Sons hilariantes no salão.

Alegria está vibrando
Com Amor às novas vidas
No meio do coração!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Lumiar

Vejo longe um sinal de civilização escondido na fria e densa névoa.
Pela estrada mais luzes aparecem.
A cidade está chegando.
Os frios aumentam.
Dignos de vinho tinto ou branco.
Pessoas descem pelo caminho escuro e desaparecem na neblina agora noturna.
Não faço a menor idéia de onde estou, mas sei que estou chegando.
Num lugar ainda desconhecido ou fotografado pelas lentes castanhas dos meus olhos vivos.
Numa praça qualquer onde talvez alguém me espere.
Onde talvez alguém me encontre, eu vou ver Lumiar.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Pessoas...

Estou disponibilizando minhas músicas para download!!!

Podem baixar e espalhar a vontade!!!

Muito Obrigado!!!

Cheiro =]

Ricardo Ayade

Músicas de Ricardo Ayade Para Download

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um Canto Qualquer

Canto a vida
Num ritmo tantas vezes desordenado
Com acordes em completo desacordo.

Num compasso descompassado
Meu metrônomo confunde os tempos
E eu já não canto mais por ele.

Canto por intuição
E na tentativa de cantar um canto novo
Canto acordado meus desacordes.

Uma canção às avessas
Um canto sem eira, sem beira...
Numa beira de um canto qualquer!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Devaneio Sem Nome

A razão nunca foi mesmo o meu forte.
O tesão pelas coisas, pela vida, pelas novidades, pelos outros, por todo mundo, esse sim, sempre foi o meu forte!
Aliás, o meu muito mais forte!
Um forte que me aprisiona dentro de si, numa vontade quase insana de tudo e de todo mundo!
Nesse forte estou protegido de toda a razão que tenta me atacar e me subtrair dos desejos incomuns!
E assim posso sentir todo o tesão louco inimaginado por seres humanos e animais pensantes.

Pequeno Diálogo de 'Ele e Ela'

Ele diz estar com saudade.
Ela responde:
- É mentira dele.
Ele retruca sorrindo:
- Ele não mente. Nunquinha. Mesmo sorrindo, ele não mente!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

... Como Canção ...

Canções gostam de ser tocadas...
E quando tocam outras pessoas...
Se emocionam e vibram...
E no ritmo da pele se derramam...
Todos os tons numa bonita melodia...
Todos os acordes em perfeita harmonia!!!

Algumas pessoas são como canções...
Outras, simplesmente não...