quarta-feira, 25 de setembro de 2013



Raio de Luz chegou, iluminou os dias tão gris.
Trouxe uma paz de quem te enxerga no fundo, além do bem que se quis.
Em pouquinho tempo, me fez despertar, se fez enxergar, lá dentro de mim.
Abriu-se num lindo olhar, sotaque de BH, carinho para passar a fase ruim.
Assusta-se e se deixa nublar, o vento agita o mar, a nuvem do temporal cobriu o azul.
A cabra que recuou, passarinho que não voou, e o pé de carinho que não quer desabrochar.
O coração de criança que não cultiva a erva do ego, envia amor e carinho, mesmo de longe ou sem qualquer retorno.
Coração de menino não pensa no tempo do conhecimento, se faz um ano ou uma semana, mas se apega a quem o enxergou, para além da capa, para além da pele, para além do mundo.
Ninguém em tão pouco tempo enxergou tão bem a alma do passarinho, mesmo em meio às suas penas. Raio de Luz iluminou e conseguiu enxergar o coração simples do pequeno pássaro, assim como ele o é. Acho que por isso aconteceu o apego. Tantas coisas em comum, tantas afinidades notórias, tantas a se descobrir. Da poesia de Manoel de Barros ao carinho no pé. Da profissão amada e da que te dá o pão.
Como podem dois seres de coração bom, com tantas coisas em comum, tendo se gostado mutuamente, ficarem separados? Sem nem ao menos se darem a chance de se conhecerem melhor.
Tantas canções para serem feitas. Tantos poemas. Tanto para se mostrar e tanto para ver. Tanto para se ensinar e muito mais ainda para se aprender. Tanto sim corajoso para dizer.
O aborto prematuro da possível relação, seja ela qual for, é que faz o peito do passarinho sangrar. A possibilidade engasgada do desabrochar da flor.
Passarinho quer encontrar. Ver o Raio de Luz brilhar. Voltar a cantar. E quem sabe ensinar a voar. Aprender junto a pousar num par.
Passarinho não se importa em voar devagar. Passarinho só não quer parar!
Dor de passarinho não é voar devagar. É não ver o sol brilhar. É parar de voar!

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