Como um rio bravo, os questionamentos arrancam com força todas as certezas que estavam fincadas às margens e no centro da minha vida!
Apenas restam pedaços do que pensei saber um dia. Partes do que pensei querer. Estilhaços do que cri crer.
Como areia que voa e muda de lugar com a força do vento, assim são os meus pensamentos, que mudam conforme a dança dos acontecimentos.
Eu que já estava acostumado a um esquema de vida perfeita, me vejo imperfeito como um dos dedos da minha mão, e tento em vão, me encaixar nessa mão que sustenta a mim e aos meus semelhantes dedos irmãos.
É vã. Toda tentativa de encaixe parece vã. Todo o desejo de ser igual só o faz mais diferente ou menos igual.
Esse dedo defeituoso, corrompido, adulterado, castrado, desajustado, anormal. Esse dedo que tenta partilhar das mesmas vontades e seguir os comandos da mão que jamais o abandonou e à qual ele continua ligado, também sofre e sente a dor de não ser igual aos que a ele se assemelham pela ligação inseparável com a mão, e ao mesmo tempo se diferem por disparidades claras e outras nem tão notórias assim.
Sim, esse dedo díspare e incomum, carrega o peso da dor de ser diferente.
A dor de ser, apenas.
Oh! 'Grande Dedo Indicador Cortado da Minha Mão Esquerda', onde foi que você se perdeu?
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