terça-feira, 3 de junho de 2014

A prerrogativa da saudade deveria ser a reciprocidade. Mas essa menina ingênua não parece ter amadurecido o suficiente para saber que o que não é recíproco pode marcar e pulsar um tanto de tempo maior que o próprio tempo.
- Saudade, sua moleca, vá já brincar na rua. Vai já pra fora de casa. Saia já dessa janela. Da janela não se vive, só se vê. Vai pra rua, vai viver!
Ela me olha com cara de quem sabe da vida tanto quanto uma vovózinha do interior que tem por nome Isabel e sorri em silêncio.
- Meu Pequeno, - responde-me com ares de sufocada esperança -  há quase 2 ciclos de tempo que brinco de esconde-esconde com uma lembrança que hora aparece e hora some, hora é menino e hora é homem, hora é conquista e hora é 'new home', hora é alimento e hora é fome, hora me sacia e noutra me come.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

As cores de um Pessoa

Não sou amarelo.
Nunca serei preto.
Não posso querer ser roxo.
À parte isso, tenho em mim todas as cores do mundo.

Transparência

Daí me perguntam de que cor eu sou. Vou dizer que depende do dia. Tem dias que acordo sem cor, mas se pego um solzinho fico mais corado. 
Noutros dias acordo meio esverdeado. E ainda noutros bem vermelho. Nuns dias sou roxo, e em outros posso ser preto. Posso ser azul marinho ou cor de rosa choque. 
Posso no máximo me alaranjar, mas mesmo assim não me amarelo por nada. Há dias que desperto incolor e no decorrer do dia me transformo numa paleta de cores. 
Mas como disse, depende de como foi a noite anterior, ou de como está correndo o dia. Depende se bebi ou se estou sóbrio, se estou estressado ou tranquilo. A minha cor depende de vários fatores. 
Mas mesmo tendo todas as cores da aquarela em mim, o que eu gosto mesmo é de ser transparente!